Reversão Microcirúrgica de Vasectomia
É cada vez maior o número de casais que procuram atendimento especializado para avaliação para reversão de vasectomia.
Na vasectomia, cada ducto deferente é cortado, impedindo que o esperma saia do corpo. Isso torna o homem estéril (incapaz de engravidar uma mulher).
Estima-se que 4-8% dos homens que foram submetidos a vasectomia procuram atendimento para procedimento de reversão.
Cada um de seus testículos produz espermatozóides (células reprodutoras masculinas). O esperma viaja dos testículos para o pênis através de um dos dois tubos chamados ductos deferentes. No caminho, os espermatozóides se misturam com outros líquidos para formar o sêmen, que sai do corpo durante a ejaculação.
A vasectomia pode ser revertida cirurgicamente, restaurando o fluxo de espermatozóides para fora do corpo.
Como é feita a reversão de vasectomia?
A reversão de vasectomia é feita por técnica microcirúrgica. É realizada a reconexão dos ductos deferentes, aqueles que levam os espermatozóides dos testículos para o pênis.
Para a realização do procedimento, o urologista deve ser capacitado para a utilização de microscópio cirúrgico e é necessário que tenha muitas horas de treinamento para que os resultados sejam bons. São utilizados fios extremamente finos que são necessários realizar a reconexão dos ductos deferentes.
Ao término do procedimento, os ductos devem estar bem alinhados, sem dobras e sem tensão.
O que determina a taxa de sucesso de uma reversão de vasectomia?
O sucesso na obtenção de espermatozóides no esperma após uma reversão de vasectomia depende de uma combinação de fatores. Os principais estão relacionados a habilidade do cirurgião e o que o cirurgião observa no momento da cirurgia.
Quando o vaso é aberto, o fluido flui deve sair do lado testicular do local da vasectomia. Se esperma estiver presente, será realizada uma vasovasostomia (reconexão dos ductos deferentes).
É esperado que cerca de 95% ou mais desses pacientes consigam um retorno de espermatozóides na ejaculação, com uma taxa de gravidez associada de 60% a 70%.
É fundamental diferenciar o sucesso em obter espermatozóides do sucesso do casal de conseguir uma gestação bem sucedida. Os fatores relacionados a infertilidade do casal devem ser bem avaliados. Idade da esposa, histórico de gestações prévias e doenças dos casal devem ser bem documentados.
Se nenhum espermatozóide estiver presente, mas o fluido de vasectomia parecer abundante e, em última análise, adequado para a produção de espermatozóides (por exemplo, claro, aquoso), uma vasovasostomia direta é realizada, com a expectativa de um resultado bem-sucedido, como o descrito acima.
Se houver líquido de baixa qualidade (por exemplo, grosso, pastoso) e espermatozóides ausentes, ou nenhum fluido for encontrado, será realizada uma vasoepididimostomia (conexão do ducto deferente ao epidídimo), com retorno do espermatozóide ejacular em 40-65% dos pacientes.
Porque fazer a reversão microcirúrgica?
A reversão é realizada por alguns cirurgiões sem auxílio de lentes ou com lupa. Mas os resultados da literatura médica estão consolidados e mostram que o sucesso com a microscopia é 15 a 25 vezes maior.
Quais as técnicas que existem de reversão microcirúrgica?
São duas mais tradicionais.
Uma em plano total, onde a agulha entra pela luz dos ductos deferentes e atravessa todas as camadas (Howards) com 4 pontos cardinais de fio de mononylon 9.0 e é feito um reforço com pontos apenas na túnica adventícia.
Na segunda técnica, conhecida por técnica em dois planos (Silber), faz-se o primeiro plano mucoso com fio de mononylon 10.0 e depois a camada muscular com fio 9.0 é aproximada.
Quanto tempo dura uma cirurgia de reversão de vasectomia?
O tempo de operação para uma vasovasostomia ou epididimovasostomia é de aproximadamente 4 horas. A anestesia geral é indicada na maioria das vezes pois reduz a movimentação relacionada a respiração durante o procedimento.
O tempo de internação é em média de 12-24 horas.
Como é o seguimento pós-operatório?
O acompanhamento pós-operatório inclui uma avaliação da cicatrização de feridas em 2-3 semanas e espermograma em 6-8 semanas de pós-operatório. Análises subsequentes do sêmen podem ser necessárias para monitorar o retorno do esperma.
Quais as complicações mais comuns da cirurgia?
Eventualmente, podemos ver pacientes com hematomas e formação de hematoma ou infecção.
Normalmente, é prescrito um antibiótico profilático para reduzir o risco de infecções. Um efeito colateral muito raro, mas que deve ser alertado, é a dor crônica.